terça-feira, 1 de novembro de 2011

REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DA MARESIA

Até onde me consta, fumar e portar maconha no Brasil é contra a Lei, delito enquadrado no Art 16 de nosso Código Penal. Isso é um fato, e até que a sociedade, através de sua representação política, decida mudar o dispositivo legal, o mesmo deve ser cumprido, para que se preserve a essência do estado democrático de direito.
Muito me assusta assistir às cenas dos estudantes da USP se insurgindo contra o cumprimento da Lei por parte da Polícia Militar de São Paulo, ao prender 3 “estudantes” que fumavam maconha no campus, nos arredores das Faculdades de História e Geografia. Me indigna ver nossa futura “elite cultural” apedrejando os policiais e depredando as viaturas por uma causa completamente ilegal, absurda e vergonhosa!
E aí vem aquele discurso inconcebível da “defesa da democracia”, muito utilizado atualmente por nossos políticos quando são pegos em algum “malfeito”, como o recém demitido Orlando Silva. Que “democracia” há em se defender a idéia de que o campus universitário deve ser um território anárquico, sem lei? Onde podemos identificar “democracia” na permissão para se fumar maconha em um espaço público, mantido com o dinheiro da sociedade, que em sua maioria concorda que tal prática seja no mínimo reprovável?
Confesso que sou um tanto quanto parcial quando analiso as causas defendidas por “intelectuais” oriundos do meio acadêmico, especialmente os ligados às Ciências Humanas. Estive por alguns anos nesse meio, quando cursava História na Universidade Estadual de Londrina (UEL) e na Universidade Federal Fluminense (UFF). O que vi ali, por parte dos mais politizados, era rebeldes sem causa, órfãos de uma ideologia de esquerda que se mostrou fracassada, e que, para se manterem usufruindo das benesses oferecidas aos integrantes dos DCEs, abraçam qualquer causa, por mais absurda que seja. Contam com a conivência dos professores, que dão sempre um jeitinho de “passar” de ano esses tão ocupados “representantes”, que nem mesmo freqüentam as aulas. Inventam protestos, greves, passeatas e o que realmente interessa, que é uma formação profissional consistente e segura, fica em segundo plano.
Os maconheiros da USP defendem a retirada imediata da PM de “seu” campus, sob o argumento estapafúrdio da “defesa da democracia”. Pelo menos nesse caso o Reitor manteve-se irredutível, o que desencadeou a ocupação da reitoria por tempo indeterminado por parte dos estudantes. Vale lembrar que foi nesse mesmo campus que, recentemente, um estudante foi assassinado na tentativa de roubo de seu carro. Quer dizer, “mesmo que possamos ser assassinados, preferimos a maconha livre” – essa é a mensagem passada por nossos “futuros líderes”.
Como disse anteriormente, essa situação só é possível por conta da conivência de professores e reitores. No caso da USP o reitor manteve sua posição, que é a correta, mas diversos professores estavam no meio da balbúrdia em defesa dos maconheiros. Um exemplo contrário atualmente é o da UNB. O DCE atual, eleito esse ano, pautou sua plataforma eleitoral na despolitização do Diretório, apresentando propostas concretas de melhoria estrutural e organizacional do ambiente acadêmico, com fins a atingir a excelência no processo de ensino. Uma das exigências para se participar da chapa era, inclusive, que o candidato não tivesse nenhum tipo de filiação político-partidária. Ganharam as eleições, mas de forma surreal a reitoria expediu nota lamentando a eleição e declarando que a chapa eleita não representa a opinião da comunidade acadêmica! Os caras foram eleitos pela maioria, mas como o resultado não interessa a reitoria petista, não serve! Democracia boa é somente quando eles ganham. Se não ganham, não serve!
É triste queridos leitores, mas essa é a nossa futura elite intelectual! Filhinhos de papais “burgueses”, que eles tanto adoram pichar, mas que só passaram na universidade pública porque estudaram em colégios “da elite”, que só querem mesmo é uma justificativa “revolucionária” para encher a cara de cachaça e fazer a cabeça! Entrem no site do TCU e vejam os processos de apuração de desvios de verba na UNE, com o dinheiro dos nossos impostos sendo gastos com orgias regadas à vodka, uísque e energético! Mais de 50 milhões de reais gastos com cachaça e “protestos”! Não me surpreenderia nada se descobrissem que usaram dinheiro do Lula pra comprar maconha!
E aí voltamos aos políticos. Quem tem opinião tem que se expor, eu sei. Podem me crucificar à vontade. Mas, apesar da coragem e do trabalho reconhecidamente admiráveis do Dep. Marcelo Freixo, vejo um pouco de demagogia nessa atitude dele de sair do país por conta de ameaças de morte. Primeiro porque isso não é novidade pra ele, e creio não ser o período atual mais tenso do que quando da prisão dos principais milicianos. Segundo porque um mês no exterior não vai resolver nada pra ele nem pra sua família. A única coisa que vai mudar é a exposição de sua figura pública, o que, convenhamos, é bem interessante para um político. Ademais, como já disse, tenho um pezinho atrás com os intelectuais oriundos do meio acadêmico, não só pelo que vi nos 2 Tropa de Elite (vide o personagem Fraga), mas pelo que vi quando cursava história na UFF. Muita permissividade, muito discurso político em proveito próprio. O exemplo do caso dos maconheiros da USP serve pra ilustrar. Podem bater à vontade, mas é minha opinião!
Uma vez, quando estava assistindo aulas de História na UFF, uma turminha do DCE entrou na sala para convocar os estudantes para um protesto, a ser realizado no 7 de setembro, em repúdio à “tentativa de golpe promovida pelas elites contra o governo Lula”. Era época do mensalão, e os empolgados “líderes estudantis” bradavam que era preciso haver uma mobilização em apoio à Lula e contra a corrupção. Aí eu não agüentei e perguntei se não era um tanto quanto incoerente juntar na mesma manifestação plataformas tão divergentes quanto o “apoio ao Lula” e o “combate à corrupção”. Foi aquela confusão, palavras de ordem, discussões entre lulistas e serristas, e eu ali, no cantinho da sala, observando de todo aquele circo inútil e hipócrita, triste por constatar que aquele grupo “seleto”, que representa os menos de 5% de estudantes que conseguem chegar ao ensino superior, têm como principal ocupação, além de jogar palavras ao vento, brigar pelo direito de jogar “fumaça” ao vento, pelo bem da “democracia”.

Salve Macunaíma, nosso herói sem caráter!
ALUNOS DA USP FUMANDO MACONHA E OFERECENDO BASEADO A REPÓRTER DA RECORD

Um comentário:

  1. Acredito ser uma das caracteristicas do jovem o querer "pertencer a alguma coisa".
    Um grupo, uma torcida, um partido politico, uma tribo, um estilo de vida, enfim, algo que o faca ser diferente e, ao mesmo tempo, "enturmado".
    Uma pena ver a elite intelectual do pais, no estado mais desenvolvido da federacao, escolhendo a turma da maconha (e o pior, lutando por ela).

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